Canadá: a falsa liberdade de um país considerado livre.
Como o "Emergencies Act" mostrou a elevada possibilidade de controle social.
Introdução
No imaginário popular, o Canadá é frequentemente visto como um bastião de liberdade e equidade. Contudo, eventos recentes questionaram essa noção preconcebida. Um episódio peculiar e inesperado ocorreu, lançando luz sobre a importância de um sistema descentralizado de finanças, um sistema imune a sanções, revelando sua importância em tempos de crise.
A descentralização é um elemento-chave para a robustez de um sistema, eliminando a vulnerabilidade de um ponto de falha centralizado. Não há uma entidade controladora, um criador, um desenvolvedor, um quartel-general, ou uma empresa que possa ser alvo de sanções. Foi exatamente essa característica que fez com que os manifestantes recorressem ao Bitcoin como uma solução.
Em uma nota pessoal, vejo o Monero como um forte concorrente a ser utilizado da mesma maneira, oferecendo ainda mais privacidade do que o Bitcoin, além de todos os outros benefícios associados a ele.
O Primeiro Ministro Justin Trudeau acionou a Lei de Emergências para estabelecer uma série de restrições às transações financeiras, não apenas dos manifestantes, mas também de todos que doaram para o movimento anti-vacina.
Esta lei, criada em 1988 e nunca antes invocada, exige que bancos, exchanges de criptomoedas, cooperativas de crédito e companhias de seguros forneçam ao governo informações que ajudem a controlar os protestos (que ocorriam à época). Conforme esta lei, as instituições financeiras estão autorizadas a impor as seguintes sanções a manifestantes, designados como "pessoas designadas":
Acompanhar e bloquear todas as transações realizadas para financiar os protestos;
Reportar detalhes das transações associadas a determinados indivíduos, além de fornecer uma lista de propriedades que possuem, ao Serviço de Inteligência de Segurança Canadense (CSIS) e à Polícia Montada Real Canadense (RCMP);
Encerrar totalmente qualquer relacionamento de clientes com manifestantes envolvidos no protesto, incluindo o cancelamento de cartões de crédito e congelamento de contas;
Suspender as políticas de seguro dos veículos utilizados nas manifestações;
Encerrar contas de doadores por meio de plataformas de financiamento coletivo como “GoFundMe” ou “GiveSendGo”.
Os bancos foram orientados a colaborar com as forças de segurança do país para determinar quem estará na mira dessas sanções. Esta série de medidas demonstra o poder que as instituições centralizadas podem exercer sobre indivíduos e destaca a importância de alternativas descentralizadas como as criptomoedas.
O exemplo canadense é um claro lembrete de como o sistema que utilizamos hoje - seja ele bancário ou de registro de veículos, independentemente do país - pode ser manipulado contra a liberdade individual se o Estado assim decidir. Evidentemente, essa questão desperta opiniões distintas. Alguns cidadãos podem concordar com a ação coercitiva do Estado, enquanto outros se sentirão coagidos.
Independentemente das visões políticas, essa situação ilustra a relevância de possuir ativos ou propriedades que operem independentemente da supervisão estatal. O método mais "tradicional" para isso é através de investimentos em países com moedas mais fortes. No entanto, estamos analisando o uso do Bitcoin, um investimento que não depende de nenhum governo.
Um perfil pseudônimo do Twitter conhecido como @punk6529, reconhecido por suas ponderações filosóficas sobre os efeitos disruptivos da tecnologia blockchain, destacou em uma longa thread no Twitter que "não há outros direitos constitucionais sem a liberdade de transacionar." É por isso que a habilidade de se manter financeiramente autônomo é a maior liberdade que podemos almejar e que foi sufocada pelo governo canadense.
E a justificativa é bastante simples, ele explica: há muito pouco que se possa fazer sem dinheiro para gastar. É ainda pior ter dinheiro e ser impedido de gastá-lo por causa de uma posição política. Afinal, em um regime democrático, sempre haverá um grupo governante e, do outro lado, um ou mais grupos de oposição. A capacidade de transacionar livremente é um direito fundamental em qualquer sociedade democrática e o advento das criptomoedas oferece uma forma de proteger essa liberdade.
Apesar do governo canadense ter abrangido as exchanges de criptomoedas no espectro do ato emergencial, os usuários que mantêm a custódia de seus criptoativos encontram-se além do alcance da lei, preservando assim o seu direito de realizar transações de maneira livre.
Isso ressalta um aspecto crucial quando falamos sobre a autocustódia: para desfrutar de liberdade autêntica, é fundamental custodiar o próprio patrimônio. As exchanges são entidades centralizadas que operam sob a permissão governamental. Quando o governo decide interferir, detém o poder de afetar seus serviços e, consequentemente, seus clientes.
Um indivíduo que adquire Bitcoin ou qualquer outra criptomoeda, mas delega a custódia do ativo à exchange, submete-se a possíveis sanções ou interferências governamentais. Nesse caso, não apenas os fundos são afetados, mas muito provavelmente também os dados pessoais do usuário, seu histórico de transações, entre outras informações. A autocustódia é, portanto, um dos pilares fundamentais da liberdade financeira e do uso efetivo das criptomoedas.
Uso de criptomoedas para subverter as sanções
Diante do bloqueio financeiro imposto, os manifestantes tiveram que recorrer a alternativas para movimentar seus recursos. Foi nesse contexto que o Bitcoin emergiu como uma solução eficaz.
No cenário descrito, o Bitcoin se tornou a principal fonte de doações para os manifestantes. Isso levou o governo a voltar sua atenção para as transações envolvendo exchanges e carteiras digitais de criptomoedas, em uma tentativa de controlar a circulação de fundos.
Estima-se que os manifestantes conseguiram arrecadar 20.7 BTC em doações, um valor significativo que demonstra a resiliência e adaptabilidade dessas formas descentralizadas de financiamento. Desse total, apenas uma pequena fração foi realmente confiscada pelas autoridades.
Isso ocorreu em parte devido à natureza descentralizada e à segurança inerente ao Bitcoin, que o tornam uma forma de moeda resistente à censura. Em um mundo cada vez mais digital e conectado, a criptomoeda oferece uma alternativa poderosa a sistemas financeiros centralizados, especialmente em tempos de crise política ou social.
No entanto, é importante destacar que, embora as criptomoedas ofereçam muitas vantagens, elas não estão totalmente isentas de desafios. Entre eles, um dos mais proeminentes é o problema das blockchains abertas - o tema do próximo tópico - onde as transações registradas incluem o valor transacionado. Isso pode trazer questões complexas de privacidade que precisam ser consideradas cuidadosamente.
O problema da blockchain aberta
A transparência das blockchains abertas, apesar de ser um ponto positivo em termos de rastreabilidade e confiança, apresenta um desafio considerável. Parte do Bitcoin recebido pelos manifestantes precisava ser convertida em moeda fiduciária, e é neste ponto que as complicações se apresentam.
A conversão de Bitcoin em moeda fiduciária geralmente é realizada através de exchanges. No entanto, como mencionado anteriormente, estas plataformas são regulamentadas e devem cumprir as diretrizes governamentais. Portanto, a conversão desses Bitcoins por meio dessas corretoras poderia - e de fato levou a - apreensões financeiras.
A apreensão não se deu sobre o Bitcoin livremente circulante, mas sim quando ele foi identificado como proveniente de endereços associados às doações para os manifestantes. As corretoras são orientadas pelos governos a bloquear qualquer BTC recebido desses endereços e, além disso, fornecem informações sobre quem é o dono da conta que recebeu o valor, o que pode desencadear investigações e mais apreensões.
Blockchains abertas, como a do Bitcoin, permitem que qualquer um veja a quantidade de dinheiro e as transações associadas a um determinado endereço. Embora isso seja benéfico por um lado, pelo lado da privacidade financeira, é desvantajoso, pois abre caminho para supervisão de movimentações e perseguição financeira.
Assim como os manifestantes canadenses precisaram divulgar um endereço BTC para receber doações, esse mesmo endereço pode ser usado para correlacionar com TODOS os outros endereços que recebem fundos originários deste. Esse rastreamento segue até que uma transação seja realizada em uma corretora centralizada, onde o processo de Conheça Seu Cliente (KYC, em inglês) ocorre, identificando o indivíduo que está recebendo o valor.
Todo esse processo resultou na possibilidade de apreensão de parte das doações recebidas pelos manifestantes.
Mas como evitar problemas como esse? Como possuir e usar criptomoedas de forma que ninguém, nem mesmo o governo, saiba que você as possui?
Pensando nisso, eu desenvolvi um curso chamado Método PAC - Posse Anônima com Criptoativos. Este curso tem o objetivo de ensinar como usar e guardar criptoativos de forma privada e segura. No treinamento Método PAC, focamos na utilização e armazenamento consciente e estratégico de criptoativos, para maximizar a privacidade e minimizar a exposição a sanções e apreensões. O curso aborda desde o básico até tópicos mais avançados, para que qualquer pessoa, independente do seu nível de experiência, possa se beneficiar.
O curso aborda tópicos como a melhor forma de adquirir criptoativos de forma privada, como armazená-los fora do alcance de terceiros, como fazer transações sem deixar um rastro identificável e como utilizar ferramentas e serviços que priorizam a privacidade.
Também trazemos exemplos práticos de como essas estratégias podem ser aplicadas no mundo real. Como, por exemplo, o caso que discutimos neste artigo. Como poderiam os manifestantes terem evitado a apreensão de seus fundos? Quais ferramentas poderiam ter usado para proteger suas doações e garantir que o dinheiro coletado fosse usado para seu propósito original?
As técnicas e estratégias ensinadas no Método PAC não são apenas teoria. Elas foram testadas e aprovadas em cenários do mundo real e podem fazer a diferença entre manter o controle de seus ativos ou ter sua privacidade e liberdade financeira comprometida.
Esperamos que o conteúdo do curso possa servir como um guia para quem busca utilizar criptomoedas de maneira segura e privada, mesmo em situações adversas onde a liberdade financeira possa estar ameaçada.
Convido a todos para explorarem mais sobre o Método PAC e descobrirem como vocês podem obter controle completo sobre seus ativos digitais, promovendo a liberdade financeira e a privacidade. Este é um passo fundamental para quem busca liberdade financeira e autonomia dentro do ecossistema das criptomoedas.
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Navegando por cenários desafiadores: soluções contra apreensões
Numa sociedade ideal, a liberdade de movimentação financeira seria irrestrita, possibilitando o pleno exercício da liberdade individual e empresarial. Infelizmente, o atual sistema financeiro pode, em certos contextos, ser utilizado como uma ferramenta de controle, restringindo esta liberdade. As criptomoedas surgem como uma solução viável para contornar essas limitações, especialmente em cenários adversos.
Um dos principais passos para tornar a apreensão de movimentação financeira em criptomoedas quase impossível, seria fomentar uma economia circular inteiramente baseada em criptomoedas. Isso significa que essas moedas digitais seriam utilizadas diretamente para pagamentos e financiamento de atividades, eliminando a necessidade de conversão para moedas fiduciárias e reduzindo drasticamente a interferência de governos e instituições financeiras em sua liberdade financeira.
Todavia, é essencial lembrar que isso não garante total anonimato. Em certos casos, um indivíduo ainda pode ser identificado e ter seus bens pessoais, incluindo chaves privadas que controlam suas criptomoedas, comprometidos.
No entanto, existem outras alternativas para maximizar sua privacidade e liberdade financeira. Uma solução bastante viável seria utilizar transações ponto a ponto (P2P) com pessoas de confiança para trocar suas criptomoedas por moedas fiduciárias. Ter conexões P2P confiáveis pode ser crucial em situações emergenciais, pois permitem a realização de transações diretas entre indivíduos sem a necessidade de identificação pessoal e sem a intervenção de terceiros.
Em uma transação P2P, a privacidade é fundamental. As informações compartilhadas devem ser minimizadas e a segurança da transação é de total responsabilidade dos envolvidos. Por isso, a confiabilidade do seu parceiro de troca é essencial.
Se você procura um P2P de confiança, estou à disposição para ajudar. Com vasta experiência no universo cripto, posso auxiliar nas suas transações garantindo uma troca segura e eficiente. Aqui estão meus contatos:
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Conclusão: Resiliência Financeira em Tempos de Desafios
Vivemos em um mundo cada vez mais digitalizado e interconectado, onde a tecnologia não só facilita as nossas vidas cotidianas, mas também se revela uma ferramenta vital para a liberdade e a soberania financeira. As recentes crises e conflitos têm demonstrado o potencial das criptomoedas em proteger os direitos dos cidadãos frente às intervenções estatais excessivas.
Embora as criptomoedas e a tecnologia blockchain ainda enfrentem alguns desafios, como a questão da privacidade nas blockchains abertas, soluções inovadoras e eficazes estão emergindo constantemente. Seja por meio de uma economia circular baseada em criptomoedas, do uso de transações P2P ou da posse anônima de ativos digitais, a comunidade cripto está constantemente buscando maneiras de garantir a liberdade e a segurança financeira de seus participantes.
Agora, mais do que nunca, é crucial entender e abraçar essas ferramentas e soluções. Ainda temos muito a aprender e a desenvolver nessa fronteira digital, mas uma coisa é certa: no ambiente cada vez mais incerto e volátil do século XXI, a habilidade de navegar pelo universo das criptomoedas e manter a autonomia sobre suas finanças pode se tornar um dos ativos mais valiosos que um indivíduo pode possuir.
Com o objetivo de facilitar esse processo, disponibilizo aqui recursos educativos como o Método PAC e a possibilidade de transações P2P seguras. A meta é fornecer a você as ferramentas necessárias para prosperar nesse novo panorama financeiro, garantindo sua liberdade e privacidade. A revolução cripto está apenas começando, e o conhecimento é o primeiro passo para se tornar parte dela.
Referências
1- Government of Canada. Canada's Emergencies Act [Internet]. Ottawa: Government of Canada; 2022 [cited 2023 July 27]. Available from: https://www.canada.ca/en/department-justice/news/2022/02/canadas-emergencies-act.html
2- Government of Canada. Emergencies Act [Internet]. Ottawa: Justice Laws Website; [cited 2023 July 27]. Available from: https://laws-lois.justice.gc.ca/eng/acts/e-4.5/index.html
3- CBC News. Ottawa protests: Bank accounts remain frozen, weeks after Emergencies Act lifted [Internet]. Toronto: CBC/Radio-Canada; 2022 [cited 2023 July 27]. Available from: https://www.cbc.ca/news/politics/ottawa-protests-frozen-bank-accounts-1.6355396
4- Ray S. Canada Begins To Release Frozen Bank Accounts Of ‘Freedom Convoy’ Protestors [Internet]. New Jersey: Forbes; 2022 [cited 2023 July 27]. Available from: https://www.forbes.com/sites/siladityaray/2022/02/23/canada-begins-to-release-frozen-bank-accounts-of-freedom-convoy-protestors/
5- National Post. Bureaucrats who froze bank accounts of Freedom Convoy leaders weren't trying to get at the family [Internet]. Toronto: National Post; 2022 [cited 2023 July 27]. Available from: https://nationalpost.com/news/politics/bureaucrats-who-froze-bank-accounts-of-freedom-convoy-leaders-werent-trying-to-get-at-the-family